
AMITRAZ

Legislação
. No entanto, na Europa, o Amitraz continua a ser usado no controlo da Varroa destructor, responsável por provocar varroose, sendo por vezes um possível contaminante do mel. Após os tratamentos das abelhas, estes acaricidas sintéticos acumulam-se na cera (são lipossolúveis) e podem contaminar o mel, existindo já limites estabelecidos. Também continua a ser usado como acaricida na criação de gado e por esta razão, existem também limites de resíduo legislados para carne, leite, gordura e vísceras. [21]

1975
1976
. O Amitraz é registado para uso como pesticida, nos Estados Unidos da América.
. O registo do Amitraz é sujeito a revisão especial em virtude de ter sido evidenciado, em ensaios in vivo em ratinhos, risco de carcinogenicidade (tumores linfáticos).
1980
. Conclusão da revisão especial: evidência de carcinogenicidade fraca. O uso do Amitraz volta a ser permitido na pêra (eliminação de Cacopsylla pyricola), sob certas condições, mas passa a ser proibido o seu uso na maçã, em virtude de existirem pesticidas alternativos mais seguros.
1986
. Uma das condições impostas na revisão especial foi a realização de um novo estudo de carcinogenicidade que culminou com a classificação do Amitraz como "possível carcinogénio humano do (Grupo C)". Simultaneamente, passa a ser permitido o uso de Amitraz, como acaricida, para o controlo de pulgas e piolhos no gado.
1996
. Exposição ao Amitraz muito elevada em agricultores que trabalham em pomares de pereiras. Redução do limite de resíduo de amitraz e metabolitos permitido na pêra. Estabelecimento de medidas preventivas de exposição para estes trabalhadores como períodos de interdição ao pomar, após aplicação do produto, colheita mecânica e equipamento de proteção (máscara, luvas, fato). Medidas semelhantes a estas últimas foram propostas aos criadores de gado. [17]
2006
. O risco de carcinogenicidade volta a ser avaliado e, por falta de evidências suficientemente fortes, o Amitraz é reclassificado como apresentando "evidência sugestiva de carcinogenicidade" pelo facto do seu metabolito 2,4-dimetilanilina ter demonstrado capacidade mutagénica in vitro. Simultaneamente, como consequência do baixo risco que o Amitraz parece apresentar para o ser humano, a maioria dos limites de resíduos permitidos para carne, vísceras, leite e gordura foram diminuídos e do mel, foi revogado, por já não ser permitido usar amitraz nas colmeias nos EUA [16].
2010
Limites Máximos de Resíduo (MRL) permitidos na União Europeia, fixados em 2010
Tabela 1. Limites máximos de resíduos permitidos na União Europeia e fixados em 2010.
(Fonte: adaptada de Official Journal of the European Union - Comission Regulation (EU) No 37/2010 on pharmacologically active substances and their classification regarding maximum residue limits in foodstuffs of animal origin. 2010).

Referências Bibliográficas:
[16] US-EPA (United States - Environmental Protection Agency). Report of the Food Quality Protection Act (FQPA) Tolerance Reassessment Progress and Risk Management Decision (TRED) for Amitraz. 2006. Disponível em https://archive.epa.gov/pesticides/reregistration/web/pdf/amitraz_tred.pdf, acedido a 21/05/2016.
[17] US-EPA (United States Environmental Protection Agency). Prevention, Pesticides and Toxic Substances. R.E.D Facts - Amitraz. 1996. Disponível em https://archive.epa.gov/pesticides/reregistration/web/pdf/0234fact.pdf, acedido a 21/05/2016.
[21] Official Journal of the European Union - Comission Regulation (EU) No 37/2010 on pharmacologically active substances and their classification regarding maximum residue limits in foodstuffs of animal origin. 2010.