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Impacto na saúde humana

      Em 2006, a United States Environmental Protection Agency (US-EPA), realizou um nova avaliação do risco para o Amitraz, na qual concluiu que:

 

agudamente, o Amitraz é moderadamente tóxico por via dérmica e ligeiramente tóxico por via oral e via inalatória;

 

. não é irritante para a pele e para os olhos nem é sensibilizador da pele;

 

é neurotóxico, por qualquer uma das vias, desencadeando sintomas neurológicos (como boca seca, tonturas, hipotermia e bradicardia) que persistem mais de 12 horas, a uma LOAEL (lowest observable adverse effects level) de 0,25mg/kg/dia. Este quadro de neurotoxicidade é revertido, relativamente rápido e, assim que cessa a exposição ao Amitraz. Por esta razão, a doses inferiores à acima referida, o Amitraz parece não apresentar potencial toxicidade crónica.

 

. em doses superiores a 0,25mg/kg/dia, pode provocar perda de peso e formação de tumores (ensaio em ratinhos).

 

. em doses inferiores a 0,125 mg/kg/dia (NOAEL - no observed adverse effect level), o Amitraz não apresenta qualquer risco para o ser humano.

 

. não estará presente, em doses tóxicas, nos alimentos ou na água. 

 

. existe uma exposição acrescida do manipulador de coleiras acaricidas ao amitraz (via dérmica) bem como das crianças que contactem várias vezes com o animal (abraços, carícias, (...))  após a sua colocação (via oral e dérmica). Por esta razão, foi abolido o fabrico de coleiras com mais de 2,4g de Amitraz. [16]

 

    Embora o mel seja utilizado desde a antiguidade devido às suas propriedades benéficas reconhecidas, é cada vez mais importante na nutrição humana (cereais, bolachas, rebuçados, (...)) e muito utilizado em Portugal (em cosméticos, produtos de higiene corporal, medicamentos não sujeitos a receita média, (...)).

 

      Como a utilização de amitraz para o controlo da varroose ainda é permitido na Europa e em Portugal, por vezes, pode ser um contaminante do mel. Após os tratamentos das abelhas, estes acaricidas sintéticos acumulam-se na cera (são lipossolúveis) e podem contaminar o mel, existindo já limites estabelecidos e legislação adequada [3]. Pelo facto de o amitraz continuar a ser usado como acaricida em gado existem também limites fixados para os resíduos de amitraz e respetivos metabolitos no leite, carne, gordura e vísceras de bovinos, ovinos, caprinos e suínos. [21]

 

Referências Bibliográficas: 

 

[3] Almeida, C. M. V. Detecção de contaminantes no mel: Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Técnica de Lisboa; 2010.

[16] US-EPA (United States - Environmental Protection Agency). Report of the Food Quality Protection Act (FQPA) Tolerance Reassessment Progress and Risk Management Decision (TRED) for Amitraz. 2006. Disponível em https://archive.epa.gov/pesticides/reregistration/web/pdf/amitraz_tred.pdf, acedido a 21/05/2016. 

[21] Official Journal of the European Union - Comission Regulation (EU) No 37/2010 on pharmacologically active substances and their classification regarding maximum residue limits in foodstuffs of animal origin. 2010.

 

Carla Silva

micf 12257@ff.up.pt

Joana Fernandes

micf12152@ff.up.pt

Vanessa Sousa

micf12281@ff.up.pt

© Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Toxicologia Mecanística no ano letivo 2015/2016 do Curso de Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP). Este trabalho tem a responsabilidade pedagógica e científica do Prof. Doutor Fernando Remião do Laboratório de Toxicologia da FFUP.

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